quarta-feira, 18 de maio de 2011

"Eu não posso entrar aí", tirando O doce de uma criança.

Hoje dei uma esticada com meus colegas de faculdade, Fátima e Pedro. Acabamos entrando num estabelecimento alimentício e lá, um lugar tão comum pra nós, que freqüentamos há um bom tempo, um menino nos chama a atenção por sua frase.
Reparem, era um menino. Poderia ser meu irmão ou seu; primo, afilhado, era uma criança. Mas estava lá na porta, com vestes surradas, longe da mãe e com fome.
Há tantos desses meninos por aí que já nem nos surpreendemos mais a não ser que eles gritem ou, nesse caso, apenas soltem uma frase baixinha, quase que por um sussurro, com  medo e por isso, pasmem, ela se transforma num eco, em algo gigante pra alguém e assim foi pra nós.
Ele estava com fome e nós ali, nem com tanta fome assim e, tendo ciência de nossa não-fome real fomos dividir o lanche com aquele ser que deveria colocar o Brasil pra frente (não é isso que se fala quando um casal está grávido?) e, no entanto,  estava ali no seu lugar incomum (que é bem comum na nossa sociedade). Pedimos pra ele entrar e pegar o que estávamos oferecendo e ele - em seu sussurro - nos diz com uma conformidade espantosa: "eu não posso entrar aí!"
Nessas horas eu lamento por ainda não ter concluído o curso e não ser detentora da habilitação da OAB para advogar. Nessas horas a gente ajuda pela metade, mas não ajuda por completo. E isso me corrói. A gente não vive uma vida pela metade, a gente anseia pelo todo, tudo de uma vez e tem um gosto incrível, a gente sabe que tem. A gente deu um tapa na fome, mas não dá no preconceito. E isso é ajudar pela metade.
O menino não pode entrar ali, por quê?
Ora, você é comerciante e não vai aceitar o dinheiro de alguém que quer comprar o produto que você vende porque a mãe dele não pode dar uma roupa nova pra ele? Porque infelizmente ele vive naquela condição, mesmo não tendo pedido pra nascer?
Eu, nesse momento, não estou aqui pra contestar as regras do estabelecimento (mesmo estando louca pra fazer isso e farei na hora em que me for permitido, né Fátima?) mas a gente vai continuar achando normal uma criança ser privada de degustar um doce só porque é pobre? Não estamos apenas tirando Um doce de uma criança, mas O doce. Sua doçura, pureza e magia, tudo aquilo que é peculiar a uma criança e lhe dá todo o encantamento que nos conquista, dá pra resistir a uma criança? Eu não consigo.
 Tão pequeno e já conformado de não poder entrar num local que, sim, é público, já que todo mundo que tenha dinheiro pode entrar e...olha que engraçado, há gente muito bem vestida por aí que rouba e faz estrago que é uma beleza e desses, ninguém desconfia.
É esse o tratamento que se dá para o futuro do país? E se isso é aceitável, será que você pode reclamar de tanta coisa ruim que acontece depois? E...será que dá pra gente parar de colocar a culpa no governo, no vizinho e irmos fazendo nossa pequena diferença?
Que tal a gente ir devolvendo os doces por aí, cada um dentro de sua área de atuação, fazendo sua parte e sem esperar por um governo que, cá entre nós, tem decepcionado horrores. Mas isso é conversa pra outro poste.
A gente fez a parte que podia ser feita e ele comeu. Depois a gente reparou que o dono do local é uma pessoa estressadinha, muito ocupada com o próprio umbigo e que, com certeza, não impediria a entrada de uma criança em condições contrárias a daquele menino, especificamente. A gente foi embora e ele continuou com a gente. E agora tá com vocês também. Ele entrou aqui e aqui ele ainda vai entrar muitas vezes e ó: a gente ainda devolve o seu doce!
Com toda a indignação de hoje
Karina S. de Oliveira.

domingo, 8 de maio de 2011

Feliz dia, mães!

Acredito que eu só entenda por completo toda a grandeza embutida no termo Mãe, quando eu for uma delas. Entretanto, posso falar com propriedade que tive exemplos grandiosos nas páginas da minha história e, mesmo não tendo certeza se conseguirei ser tão gigante quanto elas, é como elas que quero ser quando crescer e tiver os meus.
Para mim, tudo começa com essa aqui: 
Maria Marlence Gomes, minha avó amada!

Ela foi a responsável pela minha mãe e, a posteriori, foi a que me educou, me amou e sempre esteve comigo enquanto minha mãe trabalhava. Com ela eu aprendi que tudo pode melhorar, sempre. Ela nunca foi à escola e é uma das pessoas que considero mais sábias nesse mundo. A materialização do que é ser forte e do que significa superar as próprias limitações. Criativa, carinhosa, exímia cozinheira, uma amiga pra vida inteira. A Mãe da minha Mãe, vó é mãe porque já estava lá antes de tudo, sempre esteve.
E essa é a minha minha mãe, a que me trouxe para esse mundo. Parece que a gente tem a mesma idade, na maioria das vezes ela me entende. E ela sempre está lá, disponível pra mim. Era ela quem ia comigo na feirinha de artesanato de Santos renovar o guarda-roupa das minhas 'Barbies', foi ela que chorou desesperadamente e não me abandonou em nenhum segundo quando eu tive pneumonia e tive que ficar internada com apenas 4 aninhos e eu consigo lembrar de tudo, inclusive de ter tirado o soro que estava na veia da mão e esta ter ficado gigantesca de inchada, mas minha mãe não brigou, foi toda amor, compreendeu que a eterna bebezinha da mamãe deveria estar mega desconfortável com todos aqueles fios em volta de si.
São muitas histórias, mãe. E só desejo que inúmeras outras estejam por vir. Você é forte, mesmo quando pensou não ser, quando perdeu sua mãe. Estávamos juntas, continuamos assim e assim será, porque você é minha mãe e perto de ti é o meu lugar, onde meu coração faz morada. Obrigada por eu ter sido sua escolha, a única. Feliz dia DAS Mães e muito obrigada pelos 8158 dias DE MÃE que você teve até hoje. 
Com todo amor,
Sua filha.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Bom dia, pra tudo que se (re)inicia!

Antes de tudo, bom dia!
Hoje o escrito é curto e mais reflexivo. A cada nova oportunidade de amanhecer e curtir mais um lindo dia que nos é concedido várias novidades, pendências, oportunidades e toda uma infinidade de sentimentos e expressões inundam nosso dia.
A gente bem sabe que algumas coisas são recorrentes e que, ainda assim, ficamos em dúvida sobre qual atitude tomar, qual decisão seria mais oportuna. Mas hoje, pelo menos hoje, desejo que o dia seja bom por inteiro e possamos nos abrir pra todo tipo de energia que possa nos engrandecer. Que o novo nos encante e que o que for velho dentro de nós, mesmo que tenha sido quebrado, possa ser reconsertado ou que pelo menos possamos tentar fazê-lo.

Eu quero dar uma nova chance, quero deixar meus julgamentos de lado e ver o que a vida me reserva com relação às atitudes de cada um. Hoje eu quero dar um bom dia pra tudo, em especial pra tudo aquilo que se (re)inicia!
Karina S.de Oliveira.

terça-feira, 3 de maio de 2011

"Coincidências do amor"

Gostaria de compartilhar com vocês, meus leitores das coxias, a indicação de um filme lindo protagonizado pela queridinha dos filmes de amor geralmente ambientados em Nova York, Jeniffer Aniston. O filme chama-se Coincidências do amor. Um dos filmes mais deliciosos que assisti em 2011, sem dúvida.
Quantas vezes determinadas coisas são tão óbvias, estão tão perto de nós e, ainda assim, não conseguimos enxergá-las?
A vida anda tão corrida, abraçamos inúmeras responsabilidades ao mesmo tempo numa sede insaciável de carregar o mundo nas costas que acabamos por deixar nossos relacionamentos num segundo plano. Os amigos seguiram caminhos diferentes, mudaram a localização geográfica e aí, diminuímos o contato (mesmo contando com a internet, telefone e tantos outros meios capazes de, senão diminuir a distância, amenizar a saudade da imagem, da voz, da energia...), mas preferimos a desculpa do "falta tempo"; o namoro de meia década ou até mais, no qual o romantismo inicial já não é uma constante atribuímos a "atualmente temos outras prioridades, temos que construir um futuro!".
Mas...de que vale o tempo se não tivermos toda aquela gama de emoções e troca de energia que só os amigos verdadeiros nos proporcionam?
Qual relação prescinde de atitudes que aquecem o coração, nos tiram o fôlego, engrandecem a alma? Que prioridade pode se sobrepor a de fazer alguém que se ama feliz?
O que eu desejo pra mim e pra vocês é que possamos fazer cada segundo ter um valor incalculável, que lutemos por tudo aquilo que nos dê satisfação e nos torne melhores porque fazer a coisa certa - mesmo que seja visando só o bem de outro - não tem preço, mas é uma escolha individual, minha escolha.
Que você consiga encurtar as distâncias e consiga manter suas conversas com o velho amigo que foi pra Randolph, NJ (saudades, Sidney), com os amigos de infância de Santos e que queira salvar cada vínculo incrível que possa ser criado na faculdade.
E, por fim, desejo que cada relação de nossas vidas seja permeada por coincidências do amor, tal como no filme que sugiro, porque no fim da história é o amor, que colocamos em tudo que fazemos, que dá um sentido maior à nossa existência. É por isso que precisamos dos filmes, para lembrarmos que, apesar de tudo, o amor pode florescer nos lugares mais improváveis e que, às vezes, até contos de fada podem se tornar realidade.
Façamos tudo com VERDADE, com PROPÓSITO e, acima de tudo, com AMOR.
                                                                                                                      Karina S. de Oliveira. 

quinta-feira, 24 de março de 2011

Vinte e dois anos depois, a situação ainda persiste. (Karina S. de Oliveira)

O curta-metragem de Jorge Furtado, Ilha das Flores, data de 1989. De forma muito astuta mostra a trajetória de um tomate. Faz uma abordagem sobre o ser humano, bem como suas capacidades como plantar tomate, por exemplo.
Mostra também que desde a criação do dinheiro acabou-se o comércio por troca direta e a moeda passa a exercer a função intermediária para adquirir um dado produto. Uma vendedora de perfumes vai ao supermercado e compra tomates e, a partir de então, visualizamos a trajetória do mesmo. Plantado, colhido, levado a um supermercado, comprado por uma dona-de-casa e descartado pela mesma por não servir para compor a refeição de sua família. O tomate vai parar na Ilha das flores, o lixão. Lá chegando, é descartado até mesmo pelos porcos e então chega às mãos de um menino que o julga bom para comer. Realidade chocante abordada há vinte e dois anos atrás e que, infelizmente, ainda persiste.



A questão da arrogância, egoísmo, o descaso para com nossos semelhantes culminam até na afirmação da não existência de Deus. Seres humanos que se alimentam de restos (que são até mesmo excluídos por porcos) existem aos montes, principalmente em decorrência de um sistema que privilegia uns em detrimento de outros. Não há de se remeter a Darwin e falar em seleção natural, não se trata disso, por que não falarmos em imposição natural?
Falta de oportunidade, má distribuição de renda, dentre outros fatores encontam-se infiltrados no tema abordado no curta.
Uma dica sobre o mesmo tema é o documentário do artista plástico Vik Muniz, Lixo Extraordinário, que por pouco não recebeu a estatueta do Oscar. O lixão é visto sob outra ótica, que mesmo em meio a tantos entulhos e a catadores de lixo que encontram-se em condições subumanas, é possível inserir a arte nesse meio. Afirmação confirmada pela imagem a seguir.
Vik Muniz conseguiu produzir arte no lixão. (Documentário Lixo Extraordinário; o lixão sob uma outra ótica)

terça-feira, 1 de março de 2011

A alegria de um encontro casual...

Existem pessoas que você adoraria encontrar sempre. Só que por algum motivo, tipo falta de tempo, isso não acontece. Derrepente, na correria do dia a dia - indo à padaria - você escuta alguém chamar seu nome! E você ganha o dia, no meu caso, a tarde, rs.
Encontrei minha linda e querida amiga Cláudia!
Conhecemo-nos numa excursão a Fortaleza, a caminho de um concurso. Ela ficara surpresa com minha garra, tendo tão pouca idade, e eu encantada com toda a experiência que ela pôde compartilhar comigo no auge de seus 40 anos.
Do nosso primeiro encontro até esse último (tão casual, numa padaria do centro da cidade) muitas coisas aconteceram: dores, dissabores, perdas, noites em hospitais e sentimentos até então nunca vivenciados, alegrias, reencontros, conquistas. E, mesmo sabendo das coisas tristes, fiquei muito feliz em tê-la revisto e de saber que mesmo quando a vida nos prega muitas peças há sempre a possibilidade de nos reerguermos e levarmos um sorriso adiante.
Um (re)encontro com alguém que nos acrescentou tanto é de uma alegria indescritível e justo no dia em que eu me encontrava tão pra baixo. Acredito que as coisas aconteçam no momento mais oportuno, que bom tê-la visto de cabeça erguida, seu sorriso trouxe luz ao meu dia!
Aproveitem os encontros casuais com o que de melhor eles lhes trouxerem!
Boa noite!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Na correria que antecede o recesso!

Estou meio fora do ar. Nos últimos dias, eu, Mirele, Jessyca e Fátima mal tivemos tempo de fazer qualquer outra coisa que não fosse o trabalho de Sociologia sobre três obras de Marx: Manuscritos econômico-filosóficos; A ideologia alemã e Manifesto do Partido Comunista. Nos reunimos sexta-feira, sábado inteiro e segunda a tarde para concluirmos a parte escrita e amanhã, finalmente, será a apresentação. Que Deus nos ajude e nos dê confiança o suficiente para, caso formos sorteadas, tudo saia muito certo! Vai dá, dedicamo-nos verdadeiramente e só com vontade e verdade se consegue as coisas.


Quero compartilhar com vocês algo muito lindo que li hoje, para todos que são persistentes e QUEREM realizar seus projetos:

“Dias inteiros de calmaria, noites de ardentia, dedos no leme e olhos no horizonte, descobri a alegria de transformar distâncias em tempo. Um tempo em que aprendi a entender as coisas do mar, a conversar com as grandes ondas e não discutir com o meu tempo. A transformar o medo em respeito, o respeito em confiança. Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. E para se chegar onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. E é preciso antes de mais nada, QUERER.”


                                                                                                                                                                (Amyr Klink)